Uma das propostas mais importantes dentro do conceito da sustentabilidade presente nas organizações é a logística reversa. Mas, afinal, o que é a logística reversa e quais são as suas características?
Primeiro, pense na logística tradicional e qual é o andamento de seu processo. Em termos simples, a atividade é constituída pela movimentação de mercadorias do seu ponto de origem até o destino. A logística reversa, por outro lado, se preocupa com o retorno dos bens para o fornecedor após a conclusão da venda.
Se a sua empresa demonstra interesse em introduzir mudanças em sua estrutura com o intuito de contribuir para a preservação do meio ambiente, este artigo é para você!
A logística reversa reúne esforços, estratégias e meios para recolher e encaminhar ao setor empresarial produtos já utilizados. Desse modo, a área se responsabiliza pelo reaproveitamento e pela correta destinação dos resíduos, concentrando-se, sobretudo, no fluxo físico da mercadoria, retida em pontos de coleta, até o local de origem.
É interessante destacar que existem duas modalidades nesse tipo de operação logística.
A primeira delas é chamada de pós-venda e seu foco são mercadorias cuja devolução foi motivada por erros no pedido, como produtos enviados em quantidades incorretas, defeitos e avarias ocorridas durante o transporte.
Já o modelo denominado de pós-consumo é uma área de atuação voltada para o recolhimento de bens de consumo que são descartados, pois se encontram no fim de sua vida útil.
Alguns tipos de materiais têm possibilidade de reciclagem, como embalagens plásticas e de alumínio. Em contrapartida, outros são compostos de resíduos industriais cuja única opção é realizar o descarte adequado.
A logística reversa de alguns materiais foi prevista na Lei n° 12.305/ 2010, conhecida como Política Nacional de Resíduos Sólidos. No artigo 33 está definido que devem ser estruturados sistemas de logística reversa por fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de:
I – agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, assim como outros produtos cuja embalagem, após o uso, constitua resíduo perigoso, observadas as regras de gerenciamento de resíduos perigosos previstas em lei ou regulamento, em normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama, do SNVS e do Suasa, ou em normas técnicas;
II – pilhas e baterias;
III – pneus;
IV – óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens;
V – lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista;
VI – produtos eletroeletrônicos e seus componentes.
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) foi responsável pela criação de uma série de obrigações para que as empresas sejam responsáveis por destinar o lixo que resulta de seus processos produtivos. Seu principal intuito é envolver toda a sociedade, tanto empresas como indivíduos em esforços de preservação ambiental. Alguns dos objetivos propostos são:
Essa nova legislação foi fundamental para o desenvolvimento de negócios especializados em serviços que buscam solucionar o problema da produção de lixo. Também constituiu uma oportunidade para que as transportadoras pudessem investir no segmento sustentável.
Você deve estar se perguntando, agora, quais são as diferentes aplicações da logística reversa nas empresas, não é? Aqui, listamos os tipos de canais disponíveis, desde aqueles destinados ao pós-consumo até os que englobam o reúso. Confira!
A logística reversa pós-consumo, obrigatória para alguns setores no Brasil pela Lei 12.305/2010, realiza a coleta e o encaminhamento de produtos à reciclagem, estabelecendo uma operação para que os resíduos sejam descartados corretamente e causem o menor impacto ambiental possível.
A logística reversa pós-venda administra o retorno à empresa de produtos que foram adquiridos, mas, por alguma razão comercial ou descontentamento do cliente, não chegaram a ser utilizados.
Motivos como o arrependimento de compra, pedidos incorretos e defeitos podem levar à solicitação de recolhimento dos itens, que devem ser recebidos novamente e avaliados pelo setor logístico.
Por sua vez, a logística reversa de reúso funciona para aumentar os lucros da empresa com a venda de resíduos. Livros, equipamentos eletrônicos, móveis e outros materiais descartados podem ser vendidos em leilões, por exemplo. Há materiais também que podem ser reprocessados, como por exemplo, os lubrificantes automotivos.
Frequentemente, são desenvolvidas novas formas de contribuir para o meio ambiente e, ainda, manter um negócio. Por essa razão, até as pequenas atitudes podem representar grandes mudanças no futuro.
No Brasil, dois tipos de embalagens se destacam pelo seu alto nível de reutilização: as latas de alumínio e as garrafas PET. Suas características permitem que sejam introduzidas novamente no processo de fabricação como fonte de matérias-primas, favorecendo a redução de custos.
A destinação correta de produtos tem potencial para aprimorar a imagem das empresas com genuína preocupação com o meio ambiente. Por meio dessa prática é viável construir um relacionamento positivo com os clientes e toda a sociedade.
Empresas fabricantes de produtos eletrônicos, por exemplo, reconhecem que é possível desenvolver ferramentas cada vez mais modernas e eficientes. Consequentemente, esse tipo de inovação pode ser direcionado para a criação de meios que permitam aos clientes devolverem seus produtos ultrapassados.
Muitas lojas funcionam como pontos de coletas para artigos eletrônicos que já não têm utilização para os consumidores. Para o processo de fabricação, esse tipo de material pode se transformar em novos produtos e reduzir o desperdício de materiais.
O mesmo vale para o descarte de pilhas e baterias, pois há uma grande preocupação devido ao perigo de contaminação tóxica. O tipo de material aplicado em sua composição representa um risco tanto para a saúde das pessoas quanto para o meio ambiente. Para atuar com esse tipo de produto, são exigidas licenças e adaptação do espaço para um descarte seguro.
Um dos pilares da tendência da sustentabilidade no ambiente corporativo é a noção de que a natureza e mercado podem coexistir de maneira equilibrada. Isso quer dizer que políticas ambientais beneficiam as organizações, e criação de empreendimentos ecológicos impacta a qualidade de vida da sociedade tanto hoje como para as futuras gerações.
Além de economizar gastos com matérias-primas e aumentar os lucros da empresa, a logística reversa acarreta inúmeras vantagens, como:
Neste texto, você aprendeu quais são os tipos de logística reversa, desde a estratégia de pós-consumo até a operação pós-venda, passando pela prática de reúso dos materiais.
A área, cada vez mais implementada nas empresas, ajuda a reduzir os custos com matéria-prima, envolve a organização em uma causa social e reduz o impacto da fabricação no meio ambiente.
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